terça-feira, 5 de outubro de 2010

Deficiente mental ganha vez em escola pública

A inclusão de pessoas com deficiência mental em escolas públicas tem sido o principal
foco de entidades especializadas como o Instituto Paradigma e a Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE), em São Paulo. A idéia do trabalho é garantir a educação de forma
inclusiva e o convívio social das pessoas com deficiência.
O Instituto Paradigma, por exemplo, desenvolve um programa junto a Secretaria de
Educação que envolve prefeituras e escolas regulares. Com esta parceria, a instituição
conseguiu criar um espaço para discussão de políticas públicas de inclusão. “Tem de haver um
aparato de todos os envolvidos para que a educação seja de fato inclusiva e de qualidade.
Essa rede de atenção faz com que a escola não assuma sozinha toda a responsabilidade
daquele aluno”, diz a diretora técnica do Instituto Paradigma, Carla Mauch.
Dando assessoria as instituições envolvidas, o Paradigma faz todo um diagnóstico da
escola que pretende receber pessoas com deficiência. Para isso, professores e gestores
passam por um processo de formação específica, que vai depender da deficiência do aluno a
ser incluído na escola. “Estes precisam entender e acompanhar o processo de desenvolvimento
do aluno. Além de ser uma estratégia pedagógica feita para garantir o desenvolvimento de
todos os envolvidos é uma forma de também ampliarmos o currículo e os conhecimentos da
escola,” conta Carla.
De acordo com ela, um grande número de escolas públicas já está participando do
programa do Instituto Paradigma e recebendo os alunos com deficiência. Mas, a especialista
reivindica mais ações por parte do governo. “Precisamos de mais programas de políticas
públicas para jovens e adultos portadores de deficiência mental. O poder público precisa se
responsabilizar por este grupo e criar programas de aumento à escolaridade e também de
qualificação profissional,” finaliza.
A APAE-SP, instituição reconhecida como escola especial para pessoas com
deficiência mental, recebe alunos com deficiência provenientes do ensino regular. Estes, são
encaminhados ou por que não se desenvolveram, considerando sua deficiência, ou pelo fato de
a escola não ter tido condições de trabalhar aquele aluno. O trabalho da entidade prepara estes
alunos num programa de inclusão que pretende, em seguida, integrá-los novamente as escolas
regulares.
As atividades desenvolvidas na instituição propõem ao aluno um aprendizado na
prática. Ir ao museu, ao teatro, conhecer a cidade e a comunidade fazem parte da grade
curricular, que é acompanhada pela delegacia de ensino. Para garantir também a inclusão
social, tanto a entidade quanto as escolas do entorno abrem suas portas para que os alunos se
integrem em suas atividades. “Quando sentimos que o aluno esta preparado, integramos ele
novamente à escola regular. A partir daí, nosso acompanhamento se dá por meio de
pedagogos, psicomotricistas, fonoaudiólogas, psicólogas e de um programa de apoio a escola e
a família,” finaliza a coordenadora de educação da APAE-SP, Fátima Amatucci.


Karina Costa
Postado por Priscila Sampaio

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